Com a queda de 0,7% em dezembro, na comparação com o mesmo mês de 2019, as exportações em 2020 somaram US$ 209,8 bilhões, com redução de 6,9% ante o ano anterior (Tabela 1).
As importações brasileiras somaram US$ 159,9 bilhões em 2020, com queda de 10,4% − a despeito do forte crescimento registrado em dezembro, de 46,6% em relação ao mesmo mês de 2019 (Tabela 3).
A queda das exportações no ano deveu-se integralmente aos produtos manufaturados (-22,0%). Os básicos e os semimanufaturados tiveram crescimento de 0,6% e 3,2%, respectivamente, puxados por agropecuários, alimentos e minerais metálicos. Entre os manufaturados, houve crescimento de vendas apenas em produtos de madeira e têxteis (Tabela 1).
O crescimento dos básicos foi mais expressivo no primeiro semestre do ano, especialmente a soja, mas perdeu fôlego no segundo semestre. Já os semimanufaturados tiveram crescimento mais expressivo no segundo semestre.
Entre os principais mercados de destino (Tabela 2), houve crescimento das exportações em 2020 apenas para China, Espanha, Coreia e países africanos. Quanto aos demais, a queda foi especialmente forte para os Estados Unidos e para os países latino-americanos.
Do lado das importações (Tabela 3), a queda no ano foi generalizada entre as categorias econômicas e setores, com exceção do setor de Outros equipamentos de transporte. Este, teve aumento de 71,2%, devido às importações fictas de plataformas de petróleo e de embarcações para uso na exploração de petróleo no montante de US$ 10 bilhões, mais que o dobro do que ocorreu em 2019. Isso levou também ao crescimento de 16,7% das importações de bens de capital.
O índice de rentabilidade das exportações teve queda de 7,4% na passagem de outubro para novembro, em função da valorização do real, da queda dos preços de exportações e do aumento dos custos de produção (Tabela 7).
A rentabilidade, que havia crescido com a desvalorização do real, recuou quase 27% desde abril, principalmente pelo crescimento dos preços ao produtor, que inflou os custos de produção.
A taxa de câmbio real referente à cesta de 14 moedas, deflacionada pelo IPC, teve redução de 3,8% entre outubro e novembro, mas ainda acumula ganho de 28,7% desde novembro de 2019 (Tabela 8).
Já o câmbio real deflacionado pelo IPA recuou 5,3% em novembro e voltou para um nível quase igual ao do mesmo mês de 2019.