Balança Comercial 04/2023

18 Maio 2023
/ Boletim de Balança Comercial e Rentabilidade das Exportações

Em foco

As exportações do primeiro trimestre de 2023 atingiram US$ 76,2 bilhões, registrando elevação de 4,8% em relação ao mesmo período de 2023. As importações, por sua vez, alcançaram US$ 60,4 bilhões, valor 0,3% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. Em consequência, a balança comercial apresentou saldo positivo de US$ 15,8 bilhões no período (Gráfico 1, Tabelas 1 e 3).

Gráfico 1. Variações absolutas (Em US$ bilhões) dos Saldos Comerciais


Saldo comercial


Fonte: Elaborado pela Funcex

Na exportação, 19 dos 30 setores registram elevação no valor exportado no primeiro trimestre do ano, comparado ao mesmo período de 2023. Ocorreram elevações em setores relevantes para as exportações brasileiras, como: Veículos automotores, reboques e carrocerias (23,8%), Máquinas e equipamentos (22,9%), Celulose, papel e produtos de papel (21,9%) e Produtos alimentícios (11,6%). Dentre os setores com variações negativas, os de maior peso foram: Extração de minerais metálicos (-2,7%), Metalurgia (-5,1%) e Produtos têxteis (-20,4%), (Tabela 1).

Na importação, 11 dos 30 setores registraram declínio no primeiro trimestre deste ano, comparado ao primeiro trimestre de 2023. Entre os setores com variações negativas destacamos: Extração de petróleo e gás natural (-37,8%), Extração de carvão mineral (-16,5%), Produtos químicos (-14,4%) e Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-9,5%), como pode ser visto na Tabela 3.

Ásia, União Europeia e ALADI continuaram sendo os principais blocos econômicos de destino das exportações brasileiras em março de 2023 (Tabela 2 e Gráfico 2), respondendo por 45,9%, 15,2% e 15,1% das vendas externas totais do país, respectivamente. No primeiro trimestre de 2023 as vendas ao exterior registraram valores de US$ 31,9 bilhões para a Ásia, US$ 11,5 bilhões para a União Europeia e US$ 12,4 bilhões para a ALADI. No ranking de países, a China lidera com 33,2% de participação, seguida pelos Estados Unidos com 9,5%, e pela Argentina com 4,8%. No primeiro trimestre de 2023 as vendas ao exterior apresentaram valores de US$ 20,9 bilhões para a China, US$ 8,2 bilhões para os Estados Unidos e US$ 3,9 bilhões para a Argentina.

Gráfico 2. Principais destinos das exportações no acumulado de janeiro-março de 2023. Valores em US$ bilhões

Fonte: Elaborado pela Funcex.

No que tange às importações, em março a Ásia, a União Europeia e EUA + Canadá foram os principais blocos de origem, como pode ser visto na Tabela 4. Na comparação entre países, a China liderou com 19,2% de participação, seguida pelos EUA (16,8%) e pela Alemanha (6,1%). No mês de março as importações brasileiras provenientes desses três países somaram US$ 9,3 bilhões e no acumulado do primeiro trimestre de 2023 somaram US$ 25,6 bilhões, como pode ser visto na Tabela 4.

Em fevereiro, o Índice de rentabilidade das exportações totais registrou queda de 0,6%, em relação a fevereiro de 2022. O declínio da Rentabilidade exportadora no mês foi devido ao impacto da queda dos preços dos produtos exportados e a valorização da taxa de câmbio nominal (-0,5%) dado que os custos de produção recuaram 0,1%, no mesmo período (Tabela 7). No acumulado do primeiro bimestre de 2023, o Índice de rentabilidade das exportações totais apresentou variação negativa (-1,3%). Nesta comparação, a valorização nominal do Real frente ao Dólar (-3,3%) e a elevação nos custos de produção (0,5%) não foram totalmente compensados pela elevação nos preços dos produtos exportados (2,5%).

Para os próximos bimestres de 2023 estima-se que o índice de rentabilidade das exportações apresente certa estabilidade na comparação com o primeiro bimestre de 2023 e recuperação, na comparação com os 2º e 3º bimestres de 2022. As projeções levaram em consideração uma desvalorização nominal do Real frente ao Dólar, a retomada da economia chinesa (a reabertura da economia após anos convivendo com restrições vem garantindo uma retomada da atividade junto com fortes estímulos vindos do governo central), a continuação da tendência de alta dos custos nacionais devido ao aumento dos tributos federais sobre a gasolina e a elevação da tarifa de energia mediante a volta da cobrança do ICMS. Além de uma elevação nos preços dos produtos exportados em função das elevações previstas no preço do minério de ferro e a elevação marginal no preço do petróleo (OPEC+ ajustará sua produção para manter os preços de petróleo). De acordo com estudos realizados, o Índice médio de rentabilidade das exportações deve chegar a 111,6 pontos no segundo bimestre de 2023 e aproximadamente 113 pontos no terceiro bimestre de 2023 (Gráfico 3).

Gráfico 3. Evolução do Índice de Rentabilidade das Exportações Brasileiras e previsões para os próximos bimestres

Fonte: Elaborado pela Funcex.

No acumulado do ano, 12 dos 30 setores registraram queda no Índice de rentabilidade das exportações, em relação ao mesmo período de 2022. Com destaque para as quedas nos setores: Extração de petróleo e gás natural (-16,0%), Produtos alimentícios (-12,8%), Extração de minerais metálicos (-12,0%) e Produtos farmoquímicos farmacêuticos (-8,5%). No entanto, setores importantes para as exportações brasileiras registraram crescimento no mesmo período, como: Celulose, papel e produtos de papel (11,7%), Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (12,5%), Metalurgia (23,2%) e Veículos automotores, reboques e carrocerias (6,6%) (Tabela 2).

Informações disponíveis até 12/04/2023

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