EM FOCO
Em junho, as exportações e as importações brasileiras tiveram elevações de 15,5% e 33,7%, na comparação com o mesmo mês do ano passado, respectivamente. Como consequência, a balança comercial registrou superávit de US$ 8,8 bilhões no mês. Esse resultado contribuiu positivamente para o saldo na balança comercial, o primeiro semestre de 2022 encerrou com superávit de US$ 34,3 bilhões (Tabelas 1, 3 e 5). O conflito entre Rússia e Ucrânia trouxe um aumento dos preços de produtos básicos, o que favoreceu, de certa forma, economias exportadoras como o Brasil. Mesmo com incertezas a respeito de insumos importados, especialmente fertilizantes e semicondutores, o saldo permanece positivo.
Em junho, a Ásia, a ALADI e a União Europeia foram os principais blocos econômicos de destino das exportações brasileiras (Tabela 2), respondendo, respectivamente, por 43,6%, 14,9% e 14,8% das vendas externas totais do país. No ranking de países, a China está na primeira posição com 28,7% de participação, seguida pelos Estados Unidos, com 12,4%, e pela Argentina (4,9%) ocupando o terceiro lugar.
Ásia, EUA + Canadá e a União Europeia foram os principais blocos de origem das importações brasileiras em junho de 2015 (Tabela 4), com participações na pauta de 31,1%, 21,5% e 14,6%, respectivamente. Na comparação entre países, a China lidera o ranking com 19,7% de participação, seguida pelos China (18,3%) e pela Argentina (5,6%).
O Índice de rentabilidade das exportações brasileiras registrou queda de 3,3% em maio, frente ao mesmo mês do ano passado (Tabela 7), determinada pela elevação acentuada dos custos de produção (17,6%) e pela valorização do câmbio nominal (-6,2%), não compensadas pela elevação preços das exportações de 21,3%, no mesmo período. Como pode ser visto no Gráfico 1, o custo da produção apresentou tendencia de crescimento ao longo dos dois últimos anos. É preciso salientar que o custo, após o início da pandemia da Covid-19, começou a apresentar tendencia de crescimento exponencial, a maior contribuição para a elevação acentuada nos custos foi verificada nos insumos nacionais. A estabilização ou declínio nos custos dos insumos nacionais estão atreladas a fatores como: (i) As decisões de política monetária restritiva com a finalidade de diminuir os níveis de preços nacionais e (ii) Dos resultados das iniciativas tomadas com o objetivo de diminuir o impacto da elevação no preço dos combustíveis na cesta de insumos nacionais. Desde janeiro os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário estão tentando agir para controlar as tarifas dos combustíveis. Uma série de projetos estão em tramitação e alguns já foram enviados para sanção presidencial.
No acumulado do ano a rentabilidade das exportações registrou declínio de 6,8%. Os efeitos negativos causados pelas elevações nos custos e pela valorização do Real frente ao Dólar não foram compensados pelas elevações dos preços dos produtos exportados no acumulado até maio de 2022. Cabe ressaltar que, no primeiro quadrimestre de 2022, o aumento dos custos de produção foi provocado por aumentos generalizados em insumos nacionais, insumos importados, serviços e salários. Os insumos importados apresentaram acentuada elevação (36,9%) no acumulado do ano, ao passo que, os insumos nacionais registraram elevação de 18,5% e os serviços e salários crescimento de 16,4%, na mesma comparação.
Gráfico 1. Índice de custo nominal de produção (Base: dezembro de 2017 = 100)
Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.
Como pode ser visto no Gráfico 2, grande parte dos Índices de rentabilidade segundo divisões da CNAE 2.0 (quase 80%), no acumulado até maio, apresentaram variações negativas. A maior perda de rentabilidade foi no setor Extração de minerais metálicos (-37,3%). No setor em questão a rentabilidade foi impactada negativamente pela queda nos preços
(-19,3%), pela valorização do Real frente ao Dólar (-6,8%) e pela elevação nos custos de produção (19,3%). Para os próximos meses a previsão é de queda no preço internacional do minério de ferro, logo, o impacto negativo na rentabilidade do exportador deve continuar até o fim do ano. A dimensão da queda na rentabilidade dependerá, em grande parte, da estabilidade do custo nos próximos meses.
Dois destaques positivos de rentabilidade das exportações no acumulado até maio foram nos setores de Extração de petróleo e gás natural (20,5%) e Derivados do petróleo, biocombustíveis e coque (23,8%), como pode ser visto no Gráfico 2. Ambos os setores se beneficiaram das elevações nos preços internacionais (51,4% e 67,0%, respectivamente), visto que no período os custos se elevaram e o Real apresentou valorização frente ao Dólar. Diferentemente do setor Extração de minerais metálicos, os setores de Extração de petróleo e gás natural e Derivados do petróleo ainda podem contar com elevações nos preços até o final do ano e, por consequência, uma contribuição positiva na rentabilidade das exportações.
Gráfico 2. Variações nos Índices de rentabilidade segundo divisões da CNAE 2.0 (Comparação de Jan-mai 2022 contra Jan-Mai 2021)
Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.
Informações disponíveis até 14/ 04/2022.
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