EM FOCO
Em julho as exportações e as importações brasileiras apresentaram elevações: 17,4% e 35,2%, respectivamente, na comparação com o mesmo mês de 2021. Como resultado desses fluxos o mês encerrou com superávit de US$ 5,4 bilhões, enquanto no acumulado do ano até julho o saldo comercial mostrou-se também superavitário em US$ 39,9 bilhões (Tabelas 1 e 3).
Até 05/08, as expectativas do mercado (Boletim Focus do BCB) projetavam um saldo comercial positivo de US$ 68,3 bilhões. Para 2023 a previsão do mercado para o saldo da balança comercial é de US$60 bilhões. No caso da Funcex, a estimativa para o saldo comercial possui menor magnitude. Seja em função de políticas públicas restritivas para a contenção da inflação em grande parte das economias, seja devido a choques exógenos que afetam a estrutura global de absorção de bens e serviços, a previsão para o saldo da Balança Comercial é de US$58 bilhões em 2022 e de US$55 bilhões em 2023.
Ásia, ALADI e União Europeia foram os principais blocos econômicos de destino das exportações brasileiras em julho de 2021 (Tabela 2). No acumulado 12 meses a ordem é a mesma, com a Ásia respondendo por 43,1% das vendas acumuladas, a ALADI por 15,4% e a União Europeia por 14,4%. No ranking de países, sempre no acumulado 12 meses, a China lidera (28,0% do total exportado), seguida pelos EUA (11,4%) e pela Argentina (4,5%) (Tabela 2).
Gráfico 1. Saldo Comercial acumulado até julho de 2022
Ásia, EUA + Canadá e União Europeia foram os principais blocos de origem das importações brasileiras no mês de julho, quadro similar ao observado no acumulado 12 meses (Tabela 4). Na comparação entre países, no acumulado 12 meses, a China lidera com 21,6% de participação, seguida pelos Estados Unidos (19,4%) e pela Argentina (5,1%) (Tabela 4).
Até julho, o Brasil acumula saldo superavitário de US$ 39,9 bilhões. Os países com maior contribuição positiva para esse resultado são a China (US$ 2,6 bilhões) e dois países da América do Sul: Chile (US$ 2,4 bilhões) e Argentina (US$ 1,7 bilhão) (Gráfico 1).
Em junho o Índice de rentabilidade das exportações registrou elevação de 0,4%, na comparação com o mesmo mês de 2021. Como pode ser visto na Tabela 7, a desvalorização do câmbio no período (0,3%) em conjunto com a elevação nos preços dos produtos exportados (+14,6%) mais do que compensaram os efeitos da elevação acentuada nos custos das exportações no período (14,5%).
No primeiro semestre de 2022 o Índice de rentabilidade das exportações brasileiras registrou queda de 5,3%, frente ao mesmo período de 2021 (Tabela 7), determinada pela elevação acentuada dos custos de produção (18,3%) e pela valorização do câmbio nominal (-5,7%), não totalmente compensadas pela elevação nos preços das exportações de 19,0%, no mesmo período.
Como pode ser visto no Gráfico 2, o custo da produção apresentou tendência de crescimento mais acentuada ao longo dos dois últimos anos. De acordo com a desagregação do Índice de custo observa-se que os custos dos insumos importados apresentaram crescimento mais acentuado. Como destacado no Boletim de Comércio Exterior divulgado pela Funcex em julho, o Índice de preços das importações vem apresentando crescimento significativo, em junho deste ano registrou elevação de 36,6%, em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do primeiro semestre de 2022 o Índice de preços das importações apresentou elevação de 32,9%. Todas as grandes categorias econômicas apresentaram elevações nos preços, destacamos aqui as elevações nos preços dos Bens intermediários: 31,9% no mês de junho, na comparação com o mesmo período de 2021 e 30,1% no acumulado do primeiro semestre de 2022.
Gráfico 2. Evolução do Índice de custo das exportações: Total e desagregado
Base: Janeiro de 2017
Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.
Em relação aos setores CNAE, houve queda da rentabilidade em 22, dentre os 29 setores no acumulado do primeiro semestre de 2022, comparado com o mesmo período de 2021. Os setores que apresentaram as maiores perdas de rentabilidade foram: Extração de minerais metálicos (-37,8%), Impressão e reprodução de gravações (-21,4%), Outros equipamentos de transporte exceto veículos automotores (-16,0%), Indústrias diversas (-14,4), Pesca e aquicultura (-11,9%) e Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-11,4%). No acumulado do ano até junho 6 categorias apresentaram elevações nas rentabilidades. Destacam-se: Derivados do petróleo, biocombustíveis e coque (28,9%), Extração de petróleo e gás natural (22,8%), Extração de minerais nao-metalicos (10,7%) e Agricultura e pecuária (5,3%).
Informações disponíveis até 12/08/2022.
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