Balança Comercial 10/2022

28 Outubro 2022
/ Boletim de Balança Comercial e Rentabilidade das Exportações

Em foco

As exportações do mês de setembro totalizaram US$ 28,9 bilhões, registrando elevação de 18,8%, frente ao mesmo mês do ano passado (Tabela 1). Segundo a classificação por classes de produtos, a comparação com setembro de 2021, mostrou crescimento de 16,9% na exportação de Semimanufaturados e de produtos Básicos, as exportações de Manufaturados apresentaram elevação de 23,5% na mesma comparação. Esta última provocada pelas elevações nas exportações de Energia elétrica, Embarcações, Plataformas de perfuração ou de exploração, dragas, e demais flutuantes, Naftas, Máquinas de calcular, de contabilidade, registradora, e demais, Óleo de soja, exceto refinado ou em bruto, dentre outros. Fazendo a decomposição por categorias de uso, merece registro a elevação observada nos Combustíveis (45,6%).

No acumulado do ano até setembro as exportações totalizaram US$ 253,6 bilhões, registrando elevação de 18,9%, frente ao mesmo período do ano passado (Tabela 1). Segundo a classificação por classes de produtos, na comparação com o acumulado de 2021, as exportações dos bens Manufaturados cresceram (34,5%), as exportações dos produtos Semimanufaturados apresentaram elevação de 19,0% e os Básicos um crescimento de 12,4%. Fazendo a decomposição por categorias de uso destacam-se as elevações observadas nos Combustíveis (45,0%), nos Bens de consumo duráveis (31,1%) e nos Bens de consumo não duráveis (25,9%).

Ásia (38,7%), União Europeia (16,5%) e ALADI (16,0%) foram os principais blocos econômicos de destino das exportações brasileiras em setembro de 2022 (Tabela 2). No acumulado em 12 meses a Ásia permanece na primeira posição respondendo por 41,9% das vendas acumuladas, a ALADI, no acumulado 12 meses está na segunda posição e responde por 15,7%, no terceiro lugar encontra-se a União Europeia com 14,7% do total exportado pelo país nos últimos 12 meses. No ranking de países, no acumulado em 12 meses, a China lidera (26,8% do total exportado), seguida pelos EUA (11,5%) e pela Argentina (4,7%) (Tabela 2).

As importações totais do país somaram US$ 24,9 bilhões em setembro, com alta de 25,0%, em relação ao mesmo mês do ano passado (Tabela 3). Na mesma comparação, Combustíveis, Bens de consumo não duráveis, Bens de capital e Bens de consumo duráveis registraram variações positivas de 98,6%, 25,4%, 19,9% e 19,6%, respectivamente. No acumulado do ano até setembro as importações somaram US$ 205,9 bilhões, o que representou uma elevação de 31,3%, na comparação com o acumulado de 2021. Nesta comparação, assim como na mensal, todas as grandes categorias apresentaram elevações nas importações, com destaque para a elevação nas importações de Combustíveis (91,1%).

No mês de setembro, Ásia, EUA + Canadá e a União Europeia foram os principais blocos de origem das importações brasileiras, quadro similar é observado no acumulado em 12 meses, como pode ser visto na Tabela 4. Na comparação entre países, em setembro, a China lidera com 23,7% de participação, seguida pelos Estados Unidos (17,7%) e pela Argentina e pela Alemanha (4,8%).

Em agosto, o índice de rentabilidade das exportações registrou queda de 8,0%, na comparação com julho de 2022. Como pode ser visto na Tabela 7, a valorização do câmbio (-4,2%) a queda dos preços das exportações (-5,2%) e o aumento do custo de produção (1,3%) corroeram a rentabilidade do exportador no período. No acumulado do ano, o índice de rentabilidade também apresenta declínio (-3,9%). De fato, no período janeiro-agosto, o efeito conjugado da elevação nos preços das exportações (16,4%) e do aumento dos custos de produção (16,2%) não foram compensados pelo câmbio, neste período o Real apresentou valorização nominal de 4,0%, como pode ser visto na Tabela 7.

Em agosto a taxa de câmbio real em relação ao dólar, deflacionada pelo IPA (Tabela 8), teve desvalorização de 3,7% na comparação com o mesmo mês de 2021. Na comparação acumulado do ano, a desvalorização foi de 1,4%. A taxa de câmbio real, deflacionada pelo IPC registrou valorização de 0,6% na comparação com agosto de 2021 e valorização de 4,9%, no acumulado do ano até agosto, ambas em relação ao dólar.


EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS MANUFATURADOS - SEGUNDO A ORIGEM SETORIAL E A INTENSIDADE NO USO DE FATORES

Com destacado anteriormente as exportações dos bens Manufaturados apresentaram elevações significativas, tanto na comparação com setembro de 2021 (23,5%), como na comparação do acumulado do ano (34,5%). No acumulado 12 meses o Brasil exportou aproximadamente US$ 97 bilhões em mercadorias Manufaturadas, o equivalente a uma elevação de 33,8%. Como pode ser visto no Gráfico 1, a classe de produtos vem apresentando crescimento considerável ao longo de 2021 e 2022. Cabe, no momento, uma análise um pouco mais detalhada com relação a desagregação desta classe de produtos.

Gráfico 1. Evolução das exportações segundo Classes de Produtos: Em US$ bilhões - Manufaturados

Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.

O Gráfico  apresenta a evolução mensal das exportações de bens Manufaturados segundo a intensidade no uso de fatores, os valores são mensais em dólares e contemplam o período de janeiro de 2020 até setembro de 2022.


Gráfico 2. Exportação de bens Manufaturados segundo a Intensidade no Uso de Fatores – Valores mensais em dólares (US$)

Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.


O Gráfico 2 apresenta a evolução mensal das exportações de bens Manufaturados segundo a intensidade no uso de fatores, os valores são mensais em dólares e contemplam o período de janeiro de 2020 até setembro de 2022.

Os bens Manufaturados exportados foram classificados por intensidade no uso de fatores, estes são: Atividades intensivas em trabalho, Indústrias intensivas em economias de escala, Fornecedores especializados e Indústrias intensivas em P&D. Como pode ser visto no Gráfico 2 os crescimentos mais acentuados foram nas exportações de produtos Manufaturados - Indústrias intensivas em economias de escala e em Fornecedores especializados. No acumulado até setembro as exportações de Manufaturados - Indústrias intensivas em economias de escala cresceram 29,0%, em relação ao mesmo período de 2021. Os produtos Manufaturados - Fornecedores especializados apresentaram elevação de 18,6%, na mesma comparação.

A classificação produtos Manufaturados - Indústrias intensivas em P&D foi a que menos crescimento no período, 6,4%. No acumulado até setembro o país exportou US$ 5,7 bilhões em produtos desta classificação. O resultado torna oportunas as discussões sobre pontos importantes como a internacionalização das pequenas e médias empresas, financiamento pré e pós-embarque, e de seguro e garantias de empresas especializadas e indústrias intensivas em P&D. Há de se pensar, neste momento, em propostas de ação que têm como características serem focadas em possibilidades e potencialidades de ganhos de comercio e inovação.

Ver o quadro atual como uma oportunidade é fundamental. É importante salientar que um fluxo e uma oferta maiores de crédito estimulam a produção e as exportações das empresas. O acesso ao financiamento às exportações e a orientação para a exportação e a internacionalização das empresas brasileiras, especialmente as pequenas e médias empresas que estão emanadas na produção e exportação de produtos intensivos em P&D, neste momento, é de extrema importância. Cabe observar que, em 2021, o setor da indústria teve 17.490 empresas exportando, lembrando que o total de empresas exportadoras no Brasil era de 30.959. Por sua vez, naquele ano 10.445 empresas exportadoras são do setor de setor de comércio. Desse total, 5044 empresas comerciais são contínuas; sendo que 3088 dessas empresas entraram nas exportações de 2017 até 2021.

boletim
©Copyright  |  FUNCEX  |  Todos os direitos reservados