Outubro foi um mês mais fraco do que os anteriores para as exportações, especialmente em função da queda dos embarques de produtos agropecuários (soja, principalmente).
As exportações somaram US$ 17,9 bilhões, com queda de 8,8% ante o mesmo mês de 2019 (Tabela 1). No acumulado do ano, a variação é negativa em 7,9%. As importações, por sua vez, mantiveram a tendência de contração verificada durante todo o ano, embora o resultado do mês tenha sido relativamente pior do que o que se vinha registrando.
Em outubro, elas somaram US$ 12,8 bilhões, com queda de 27,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, a variação é menor, de -15,9% (Tabela 3). O saldo comercial foi de US$ 5,5 bilhões no mês, com aumento de mais de 50% em relação a outubro de 2019, e acumula no ano superávit de US$ 47,4 bilhões (Tabela 5). Nas exportações, a Agropecuária teve queda de 28,9% no mês, assim como a Extração de petróleo e gás (-38,3%) e a maioria dos Bens industriais (Tabela 1).
No acumulado do ano, contudo, a Agropecuária ainda tem crescimento de 9,4%, e a queda do Petróleo é mais modesta, de 15,4%. A queda em outubro também foi generalizada entre os principais mercados de destino, inclusive a China (-12,4%). Destaca-se, contudo, o aumento de 7,9% das vendas para o Mercosul (Tabela 2). Do lado das importações, a queda em outubro foi generalizada entre as categorias econômicas e setores (Tabela 3), tendo sido especialmente forte nos Combustíveis (-50,6%), que também sofre o impacto da redução dos preços do Petróleo.
No acumulado do ano, se verifica contração nos diferentes tipos de produtos, especialmente os Combustíveis e os Bens de consumo duráveis. O índice de rentabilidade das exportações recuou 0,3% na passagem de agosto para setembro em função da valorização de 1,1% do real ante o dólar (Tabela 7).
Em comparação com setembro do ano passado, a rentabilidade acumula ganho de 5,4%. A taxa de câmbio real teve valorização em setembro em relação às principais moedas, tendo sido mais forte na taxa deflacionada pelo IPA (4,5% em relação à cesta de 14 moedas), visto que este índice teve forte alta no mês (Tabela 8). Aliás, como a inflação no atacado este ano tem sido muito maior do que nos preços ao consumidor, a variação do câmbio real entre setembro deste ano e o mesmo mês de 2019 é bem mais elevada na taxa deflacionada pelo IPC (30,5% em relação à cesta de 14 moedas) do que na taxa deflacionada pelo IPA (4,9% em relação à cesta).