Balança Comercial 11/2022

29 Novembro 2022
/ Boletim de Balança Comercial e Rentabilidade das Exportações

Em foco

Em outubro, as exportações e as importações brasileiras apresentaram elevação de 20,8% e 13,8% respectivamente, na comparação com o mesmo mês de 2021. Como resultado desses fluxos a Balança Comercial encerrou o mês com superávit de quase US$ 4,0 bilhões e a Corrente de Comércio totalizou US$ 50,7 bilhões. Como pode ser observado no Gráfico 1, a Corrente de Comércio apresentou declínio nos últimos dois meses e na comparação com o último ano apresentou tendência de crescimento (Tabelas 1, 3 e 5).

Gráfico 1. Valores em Dólares das Exportações, Importações e Corrente de Comércio
de Janeiro de 2021 a Outubro de 2022


Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.

No acumulado do ano, as exportações atingiram US$ 280,6 bilhões, representando uma elevação de 19,0% em relação ao acumulado de 2021. No mesmo período as importações alcançaram US$ 229,3 bilhões, valor 29,3% acima do registrado no acumulado até outubro de 2021. Em consequência desses fluxos, a Balança Comercial apresentou superávit de US$ 51,3 bilhões no período (Tabelas 1, 3 e 5). No acumulado em 12 meses, as exportações atingiram US$ 325,0 bilhões, representando uma elevação de 19,8% em relação ao acumulado no período anterior. No mesmo período as importações alcançaram US$ 271,3 bilhões, valor 30,5% acima do registrado no acumulado 12 meses precedentes. Em consequência desses fluxos a Balança Comercial apresentou superávit de US$ 54,2 bilhões no período, saldo esse 15% inferior, como pode ser visto no Gráfico 2.

Gráfico 2. Valores em Dólares dos saldos comerciais mensais
de janeiro de 2021 a outubro de 2022

Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.

No ranking de países e blocos, no acumulado até outubro, a China lidera (27,2% do total exportado), seguida pela União Europeia (15,3%) e pelos EUA (11,1%) (Tabela 3). Como pode ser observado no Gráfico 3, no acumulado do ano as três regiões supracitadas foram responsáveis por 53,6% do total exportado no período, cerca de US$ 150 bilhões.

Gráfico 3. Principais destinos das exportações no acumulado de janeiro-outubro de 2022


Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.

No que tange às importações, China, EUA e União Europeia foram as principais origens dos produtos importados pelo país no acumulado até outubro (Tabela 4 e Gráfico 4). No acumulado do ano o Brasil importou US$ 51,0 bilhões provenientes da China, US$ 36,5 bilhões com origem na União Europeia e US$ 43,8 bilhões com origem nos EUA. No acumulado do ano o volume em dólares importado pelo Brasil apresentou elevação, como pode ser visto na Tabela 4.

Gráfico 4. Principais origens das exportações no acumulado de janeiro-outubro de 2022


Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.

O índice de rentabilidade das exportações registrou variações negativas em todas as comparações (ver Tabela 7). Os efeitos das elevações dos custos de produção e valorização do câmbio não foram compensados pelas elevações nos preços de exportação nas comparações mês a mês (setembro de 2022 e setembro de 2021), acumulado do ano até setembro e acumulado em 12 meses.

No mês de setembro a rentabilidade das exportações registrou queda de 0,4%, quando comparado a agosto de 2022. A queda da rentabilidade exportadora foi resultado da diminuição dos preços das exportações (-3,8%), haja vista que no período observou-se desvalorização da taxa de câmbio nominal de 1,7% e diminuição dos custos de produção (-1,9%).

Os custos de produção já refletem o arrefecimento da inflação mediante a redução do ICMS de preços administrados, o que contribuiu para a queda do preço da energia, da gasolina e das telecomunicações. A gasolina também recuou de preço por revisões praticadas pela Petrobras em resposta à redução do preço internacional do petróleo, cujas últimas quedas ocorreram no final de agosto e no início de setembro. Como pode ser observado na Tabela I, 97,0% dos setores CNAE 2.0 apresentaram redução de custos de produção em setembro, na comparação com agosto de 2022, apenas o setor de Outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores, apresentou elevação nos custos nessa comparação, reflexo da elevação nos custos dos insumos importados, que foi de 14,1%.

Cabe destacar que nas outras comparações os custos de produção ainda apresentam elevações substanciais (8,8% na comparação com setembro de 2021, 15,5% no acumulado do ano e 17,5% no aculturado em 12 meses).

Dada as projeções da taxa de câmbio nominal (R$ 5,20 para US$ 1, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo BACEN na segunda dia 15/11/22), a desaceleração da economia global, as contínuas restrições à circulação de pessoas na China para conter a Covid-19, os impactos nos preços dos combustíveis da guerra na Ucrânia, dificilmente veremos uma melhora na rentabilidade do exportador brasileiro ainda em 2022 (último trimestre). No acumulado do ano até setembro o Índice de Rentabilidade das Exportações mostrou variação negativa de 3,9%, na comparação com o mesmo período de 2021, o ganho resultante da elevação dos preços (15,2%) não foi suficiente para mitigar os efeitos da elevação nos custos do período (15,4%) e da valorização do Real frente ao Dólar no acumulado do ano.

Tabela I. Desagregação do Índice de Rentabilidade das Exportações
(Setores CNAE 2.0), comparação de setembro de 2022 contra agosto de 2022


Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.

Informações disponíveis até 16/11/2022

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