Balança Comercial 12/2022

3 Janeiro 2023
/ Boletim de Balança Comercial e Rentabilidade das Exportações

Em foco

Em novembro, as exportações totalizaram US$ 28,2 bilhões, apresentando elevação de 37,4%, na comparação com o mesmo mês do ano passado (Tabela 1). Segundo a classificação por classes de produtos, na comparação com novembro de 2021, todas registraram elevações nas vendas ao exterior. Manufaturados apresentaram alta de 23,4%, Semimanufaturados tiveram elevação de 23,8% e a exportação de produtos Básicos registrou elevação da ordem de 51,7%. No acumulado do ano o quadro não foi diferente, as exportações totais apresentaram elevação de 20,3%, esta elevação foi influenciada pelas elevações em todas as classes de produtos. Produtos Básicos registraram alta de 15,4%, os Semimanufaturados apresentaram elevação de 19,7% e os Manufaturados tiveram alta de 31,2%, no mesmo período.

Na análise baseada na classificação das exportações segundo as grandes categorias econômicas, todas as categorias registraram elevação nas vendas ao exterior, na comparação com novembro de 2021, com destaque para as exportações de Combustíveis (149,6%) e Bens de consumo não duráveis (31,1%), ao passo que Bens de Consumo duráveis apresentaram elevação de magnitude inferior, de 6,8%, na mesma comparação. No acumulado do ano as elevações foram mais equilibradas entre as categorias econômicas, os Combustíveis apresentaram elevação de 47,6%, os Bens de consumo duráveis 29,6%, os Bens de consumo não duráveis (27,5%), os Bens de capital (23,1%) e os Bens intermediários registraram elevação de (13,6%), como pode ser visto na Tabela 1.

As importações totais somaram US$ 21,5 bilhões em novembro, com queda de 0,6% em relação ao mesmo mês do ano passado (Tabela 3). A comparação com novembro de 2021 mostra quedas nas importações das categorias de uso: Bens Intermediários (-5,6%), e Combustíveis (-7,2%). O restante das categorias econômicas apresentou elevações nas importações, com destaque para os Bens de consumo duráveis (26,0%). No acumulado do ano as importações totais somaram US$ 250,8 bilhões e acumularam elevação de 26,1%, em relação ao acumulado janeiro-novembro de 2021. Na mesma comparação, todas as categorias de uso registaram elevações, com destaque para a elevação de 71,4% nas importações da categoria Combustíveis e elevação de 21,4% na categoria Bens intermediários. Na comparação acumulado em 12 meses as Grandes Categorias Econômicas Combustíveis e Bens intermediários vem apresentando crescentes elevações nas importações (Gráficos 1 e 2), no acumulado 12 meses findado em novembro de 2022 as das importações de Combustíveis foram de US$ 42,7 bilhões e alcançaram elevação de 74,8%, ao passo que as importações de Bens intermediários foram de US$ 173 bilhões e registraram crescimento de 22,6%.

No mês novembro as exportações para todos os principais blocos econômicos ou regiões (Ásia, União Europeia, ALADI) apresentaram elevações, na comparação com o mesmo mês do ano anterior (Tabela 2). Ao se analisar as exportações de forma individualizada por países, no mês de novembro, em relação a novembro de 2021, observam-se elevações das vendas externas, principalmente para a Espanha (231,0%), Singapura (183,2%), Chile (74,3%), Países Baixos (56,2%) e para a China (44,5%).

Gráfico 1. Evolução das importações segundo Grandes Categorias Econômicas
– Combustíveis (Em US$ bilhões)

Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.

 

Gráfico 2. Evolução das importações segundo Grandes Categorias Econômicas
– Bens Intermediários (Em US$ bilhões)

Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.

No que tange às importações, EUA + Canadá e Aladi apresentaram quedas nos valores importados em novembro de 2022 de 15,2% e 5,1%, respectivamente (Tabela 4). Na desagregação segundo países, verificou-se que as compras com origem na Argentina, nos Estados Unidos, na Corea do Sul e na Rússia recuaram em novembro, na comparação com novembro de 2021. Estes quatro países apresentaram reduções de 7,8%, 14,1%, 14,1% e 45,7%, respectivamente, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano o Brasil importou US$ 56 bilhões provenientes da China, uma elevação de 31%, comparado ao mesmo período do ano passado. As importações provenientes dos EUA totalizaram US$ 47,5 bilhões, 35,5% a mais do que o importado no acumulado até novembro de 2021.  Como pode ser visto ainda no Gráfico 3 as importações provenientes da U.E. totalizaram US$ 40,3 bilhões, uma elevação de 14,2% na comparação com o acumulado até novembro de 2021.

Gráfico 3. Principais origens das importações no acumulado de janeiro-novembro de 2022 – Participação [variação das importações]

Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.

Por último, os saldos comerciais do mês de novembro mostraram déficits no comércio com Argentina (-US$ 796 milhões) e com os Estados Unidos (-US$ 57 milhões). Os saldos comerciais mensais com os Estados Unidos apresentaram déficits mensais ao longo dos últimos 12 meses ao passo que os saldos comerciais com a Argentina mostram déficit em novembro, após sucessivos superávits desde fevereiro do presente ano. O saldo comercial com a China em novembro alcançou US$ 2,1 bilhões, uma elevação absoluta de US$1,6 bilhões. Como pode se ver no Gráfico 5, os saldos comerciais com a China voltaram aos níveis de julho de 2022 (Tabela 6 e Gráfico 5).

Gráfico 4. Saldo comercial segundo principais parceiros econômicos

Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.

A rentabilidade das exportações registrou alta de 3,9% em outubro, na comparação setembro, como resultado da queda de 4,7% dos custos de produção e da desvalorização cambial de 0,6%, tendo em vista que no período observou-se queda nos preços dos produtos exportados de 1,6%. No acumulado até outubro e no acumulado em 12 meses o índice de rentabilidade das exportações registrou queda de 3,4% e 1,9%, respectivamente. Nestas comparações os efeitos das elevações dos custos de produção e valorização cambial (-3,8% e -2,2%, respectivamente), não foram compensados pelas elevações nos preços dos produtos exportados, como pode ser observado na Tabela 7.

Em relação aos setores CNAE, houve queda da rentabilidade em 19 dos 29 setores no acumulado do ano, quando comparado a igual período de 2021 (Tabela 7). Os setores de maior relevância na pauta de exportação que apresentaram queda de rentabilidade foram: Extração de minerais metálicos (-40,5%), Metalurgia (-9,9%), Veículos automotores, reboques e carrocerias (-5,0%) e Máquinas e equipamentos (-5,2%). Por outro lado, no acumulado do ano, houve elevações de rentabilidade em setores importantes como: Agricultura e pecuária (14,2%), Extração de petróleo e gás natural (23,4%) e Derivados de petróleo biocombustíveis e coque (26,5%).

A cotação nominal do dólar atingiu R$ 5,24 na média diária do mês de outubro de 2022, registrando elevação de 0,2% (desvalorização do Real em 0,2%) em relação à média do mês de setembro – R$5,23. A taxa de câmbio real em relação ao dólar, deflacionada pelo IPA (Tabela 8), teve desvalorização de 0,3% em relação a setembro e desvalorização de 1,5% no acumulado do ano até outubro, na comparação como mesmo período do ano anterior. Em relação ao Euro, o Real apresentou desvalorização de 0,1%, em comparação a setembro e desvalorização de 2,1%, em relação a outubro de 2021. Dentre as moedas analisadas, no acumulado 12 meses, o Real apenas apresentou valorização em relação as moedas dos BRICS (-8,7%) e em relação à cesta de 14 moedas (-3,0%).

Informações disponíveis até 10/12/2022

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