Boletim de Comércio Exterior 06/2022

2 Agosto 2022
/ Boletim de Comércio Exterior

Em foco

Em maio o índice de preços das exportações apresentou expressiva elevação de 21,3%, na comparação com maio de 2021, em razão das elevações registradas, segundo classes, nos Manufaturados (22,7%), nos produtos Básicos (22,2%) e nos produtos Semimanufaturados (17,1%) (Tabela 1). No acumulado do ano o quadro se repetiu, pois, todas as classes de produtos registraram variações positivas nos preços. Na classe de produtos Básicos os preços subiram 18,7%, na classe de Semimanufaturados o índice de preço das exportações aumentou 17,5% e na classe de produtos Manufaturados o crescimento dos nos preços foi da ordem de 22,3%. O Gráfico 1 apresenta as taxas de crescimento mensais e acumuladas no ano dos índices de preços das exportações brasileiras.

Gráfico 1. Índices de preço de exportação - Taxa de crescimento mensal e
acumulado no ano para total das exportações

Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/MDIC.

O quantum exportado registrou queda de 7,1% no mês, em relação a maio do ano passado, em virtude da queda de 12,1% nas quantidades embarcadas de produtos Básicos e de 1,2% nas quantidades exportadas de produtos Semimanufaturados (Tabela 1).  No acumulado do ano, as elevações nas quantidades exportadas de produtos Manufaturados (9,9%) e de produtos Semimanufaturados (0,5%) contribuíram para o resultado positivo do índice de quantum das exportações totais no período (1,8%).

Os preços dos produtos importados registraram elevação de 34,9% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado. A elevação do índice é explicada, principalmente, pela elevação acentuada observada nos preços dos Combustíveis (125,8%), dos preços dos Bens intermediários (29,9%) e da elevação nos preços dos Bens de consumo não duráveis (18,7%). No acumulado do ano, a elevação de 32,1% registrada nos preços dos produtos importados foi influenciada pelas elevações dos preços de todas as categorias de uso, como pode ser visto na Tabela 2.

O índice de quantum das importações (Tabela 2) registrou elevação de 3,5% em maio, na comparação como o mesmo mês do ano anterior. A elevação nas quantidades importadas totais ocorreu a despeito do incremento observado nas categorias: Bens de Capital (7,9%) e Bens intermediários (7,3%), que detém peso relevante na pauta de importação. No acumulado do ano até maio, o quadro é distinto: o índice de quantum da importação total mostrou variação negativa (-1,5%), em virtude da redução das quantidades importadas em todas as categorias de uso (Tabela 2).

No acumulado até o mês de maio os índices de comércio exterior apontam o seguinte quadro do lado da exportação: (a) o valor das exportações apresentou elevação (21,7%), em virtude da elevação dos preços e do aumento das quantidades; (b) a elevação dos preços mostrou-se generalizada; (c) o aumento das quantidades está restrito aos produtos Manufaturados e Semimanufaturados, pois o embarque de produtos Básicos mostrou redução. Do lado da importação: (a) o valor importado também apresentou crescimento (30,3%), em virtude de elevações nos preços de todas as grandes categorias econômicas, visto que as quantidades desembarcadas no país apresentaram quedas; (b) Na classificação Grandes categorias econômicas a queda no volume de bens importados foi generalizada.

Com relação a Balança Comercial, em maio a mesma foi superavitária em US$ 4,9 bilhões (Gráfico 2). A forte desaceleração do superávit comercial é explicada, principalmente, pela expressiva aceleração das importações de bens intermediários e de combustíveis e lubrificantes, puxada por preços mais altos decorrentes dos problemas das cadeias globais de produção e da guerra na Ucrânia. As iniciativas chinesas para suprimir a pandemia denominadas de covid zero e o duradouro conflito geopolítico no leste europeu mantêm incerto o futuro das cadeias globais de produção e devem continuar contribuindo para manter elevados os preços desses produtos no mercado internacional. Em função dessa aceleração dos preços de importação e revisão do nosso cenário de atividade econômica, projetamos um superávit comercial em 2022 de US$ 62 bilhões.

Gráfico 2. Saldo da Balança Comercial mensal (Valor US$ FOB)

Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/MDIC.

Os Termos de Troca (Tabela 3 e Gráfico 3) apresentaram queda de 10,1%, na comparação com maio de 2021, a queda ocorreu em função da elevação superior (34,9%) nos preços dos produtos importados, na comparação com a elevação nos preços dos produtos exportados (21,3%). No acumulado do ano, o indicador também mostrou deterioração acentuada (9,5%). A Razão de quantum registrou redução de 10,1% frente a maio de 2021, contudo, ainda acumula alta no acumulado do ano (3,8%).

Gráfico 3. Índices de termos de troca mensais para o total brasileiro (Base: 2018 = 100)

Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/MDIC.

Informações disponíveis até 07/07/2022

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