Boletim de Comércio Exterior - 03/2023
Em foco
- O índice de preços das exportações totais apresentou elevação de 2,5% no primeiro bimestre, na comparação como mesmo período de 2022, em função das variações positivas registradas em todas as classes de produtos: Básicos (1,0%), Semimanufaturados (1,7%) e Manufaturados (5,6%), como pode ser visto na Tabela 1. No caso dos Básicos, o crescimento do índice de preços foi puxado, principalmente, pelas elevações nos preços médios bimestrais de exportação dos seguintes produtos: Milho em grãos (18,0%), Soja Triturada (13,9%); Carne de frango congelada, fresca ou refrigerada, inclusive miúdos (12,9%) e Carne de suíno congelada, fresca ou refrigerada (13,3%). Já no caso dos Semimanufaturados, o crescimento do índice de preços foi puxado, principalmente, pelas elevações nos preços médios bimestrais de exportação: de Borrachas sintéticas artificiais (21,7%), de Madeira em estilhas ou em partículas (17,6%), de Celulose (16,7%) e Açúcar de cana, em bruto (11,7%). No caso dos Manufaturados, os destaques positivos no primeiro bimestre de 2023 foram: Motores para propulsão de embarcações (277,7%), Eletrodos (231,8%), Brinquedos, jogos e artigos para diversão e suas partes (90,3%), Tubos de ferro fundido, ferro ou aço e seus acessórios (77,6%) e Fornos industriais ou de laboratório, não elétricos (70,8%).
Gráfico 1. Evolução da taxa de crescimento em 12 meses para grandes categorias
Elaboração: Funcex
- Em 12 meses, como pode ser visto na Tabela 1, o índice de preços dos produtos exportados apresentou elevação de 11,1%. Todas as grandes categorias econômicas registraram elevações nos preços. Destacam-se as elevações nos preços dos Combustíveis (27,4%), nos preços dos Bens de consumo não duráveis (14,1%) e nos preços dos Bens de Capital (12,1%). Como pode ser observado no Gráfico 1, a categoria econômica Combustíveis vem, desde março de 2022, apresentando diminuições sequenciais no crescimento dos preços, indicando uma tendência de arrefecimento dos preços internacionais do produto. Vale ressaltar que a incerteza em todos os horizontes de tempo aumentou significativamente após a pandemia, os conflitos na Ucrânia, as sanções contra a Rússia e a intensificação da rivalidade entre os Estados Unidos e a China, nossos principais parceiros comerciais.
- Em contraste, o índice de quantum das exportações totais do primeiro bimestre de 2023 registrou queda de 1,9%, em relação ao primeiro bimestre de 2022. Nessa comparação, o índice apresentou declínio nas quantidades embarcadas de 5,8%, como pode ser visto na Tabela 2. A elevação nas quantidades embarcadas dos Semimanufaturados foi de 9,6%, ao passo que as quantidades embarcadas de Manufaturados não apresentaram variação, na comparação com o primeiro bimestre de 2022.
Gráfico 2. Taxa de crescimento do Índices de preço de importação segundo setores selecionados. Variação do primeiro bimestre de 2023 em relação ao mesmo período de 2022
Elaboração: Funcex
- O índice de preços da importação total no acumulado do primeiro bimestre de 2023 apresentou elevação 2,7%, frente ao mesmo período ano anterior, em virtude das elevações, principalmente, nos preços dos Bens de Consumo não duráveis (25,1%) e nos preços dos Bens de capital (7,6%) (Tabela 2). Na comparação com o primeiro bimestre do ano passado, a evolução positiva dos preços de importação afetou 19 dos 29 setores da classificação CNAE 2.0 do IBGE, sendo destaque as elevações nos preços dos Produtos farmoquímicos e farmacêuticos (41,8%), Derivados do petróleo, biocombustíveis e coque (15,4%) e Produtos alimentícios (9,3%) (Gráfico 2).
- No acumulado do primeiro bimestre, o índice de quantum de importação apresentou queda de 3,8%, na comparação com o mesmo período de 2022 (Tabela 2). O declínio das quantidades desembarcadas no primeiro bimestre de 2023 foi influenciado por três das cinco grandes categorias econômicas, a saber: Combustíveis (-19,9%), Bens Intermediários (-3,8%) e Bens de consumo não duráveis (-1,0%).
- No primeiro bimestre do ano os Termos de Troca registraram certa estabilidade (0,1%), comparado ao mesmo período de 2022. Os dados mostram que o crescimento dos preços dos produtos exportados e o crescimento dos preços das importações não causaram deterioração dos Termos de Troca, como o observado de junho de 2021 a dezembro do mesmo ano. Tomando esse período como referência, o ano de 2022 mostrou-se mais equilibrado, no que se refere aos Termos de Troca praticados com o exterior. No curto prazo, a expectativa é de manutenção dos Termos de Troca, não há indícios de aumento dos Termos de Troca. O crescimento ou manutenção do saldo superavitário no ano de 2023 (atualmente US$ 5,1 Bilhões) dependerá, crucialmente, de um esforço de exportação, ou seja, de um aumento do quantum exportado.
Gráfico 3. Índices de termos de troca para o total brasileiro. Base: 2018 = 100
Elaboração: Funcex
- A Razão de quantum apresentou variação positiva no primeiro bimestre de 2023 (1,9%), como mostra o Tabela 3. A queda mais acentuada no volume desembarcado de mercadorias no período (-3,8%), na comparação com a queda na quantidade embarcada (exportada) no período (-1,9%) explicam essa evolução.
Informações disponíveis até 22/03/2023
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