Boletim de Balança Comercial - 04/2023

Em foco
As exportações do primeiro trimestre de 2023 atingiram US$ 76,2 bilhões, registrando elevação de 4,8% em relação ao mesmo período de 2023. As importações, por sua vez, alcançaram US$ 60,4 bilhões, valor 0,3% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. Em consequência, a balança comercial apresentou saldo positivo de US$ 15,8 bilhões no período (Gráfico 1, Tabelas 1 e 3).

Gráfico 1. Variações absolutas (Em US$ bilhões) dos Saldos Comerciais

Fonte: Elaborado pela Funcex

  • Na exportação, 19 dos 30 setores registram elevação no valor exportado no primeiro trimestre do ano, comparado ao mesmo período de 2023. Ocorreram elevações em setores relevantes para as exportações brasileiras, como: Veículos automotores, reboques e carrocerias (23,8%), Máquinas e equipamentos (22,9%), Celulose, papel e produtos de papel (21,9%) e Produtos alimentícios (11,6%). Dentre os setores com variações negativas, os de maior peso foram: Extração de minerais metálicos (-2,7%), Metalurgia (-5,1%) e Produtos têxteis (-20,4%), (Tabela 1).
  • Na importação, 11 dos 30 setores registraram declínio no primeiro trimestre deste ano, comparado ao primeiro trimestre de 2023. Entre os setores com variações negativas destacamos: Extração de petróleo e gás natural (-37,8%), Extração de carvão mineral (-16,5%), Produtos químicos (-14,4%) e Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-9,5%), como pode ser visto na Tabela 3.
  • Ásia, União Europeia e ALADI continuaram sendo os principais blocos econômicos de destino das exportações brasileiras em março de 2023 (Tabela 2 e Gráfico 2), respondendo por 45,9%, 15,2% e 15,1% das vendas externas totais do país, respectivamente. No primeiro trimestre de 2023 as vendas ao exterior registraram valores de US$ 31,9 bilhões para a Ásia, US$ 11,5 bilhões para a União Europeia e US$ 12,4 bilhões para a ALADI. No ranking de países, a China lidera com 33,2% de participação, seguida pelos Estados Unidos com 9,5%, e pela Argentina com 4,8%. No primeiro trimestre de 2023 as vendas ao exterior apresentaram valores de US$ 20,9 bilhões para a China, US$ 8,2 bilhões para os Estados Unidos e US$ 3,9 bilhões para a Argentina.

Gráfico 2. Principais destinos das exportações no acumulado de janeiro-março de 2023. Valores em US$ bilhões

Fonte: Elaborado pela Funcex.

  • No que tange às importações, em março a Ásia, a União Europeia e EUA + Canadá foram os principais blocos de origem, como pode ser visto na Tabela 4. Na comparação entre países, a China liderou com 19,2% de participação, seguida pelos EUA (16,8%) e pela Alemanha (6,1%). No mês de março as importações brasileiras provenientes desses três países somaram US$ 9,3 bilhões e no acumulado do primeiro trimestre de 2023 somaram US$ 25,6 bilhões, como pode ser visto na Tabela 4.
  • Em fevereiro, o Índice de rentabilidade das exportações totais registrou queda de 0,6%, em relação a fevereiro de 2022. O declínio da Rentabilidade exportadora no mês foi devido ao impacto da queda dos preços dos produtos exportados e a valorização da taxa de câmbio nominal (-0,5%) dado que os custos de produção recuaram 0,1%, no mesmo período (Tabela 7). No acumulado do primeiro bimestre de 2023, o Índice de rentabilidade das exportações totais apresentou variação negativa (-1,3%). Nesta comparação, a valorização nominal do Real frente ao Dólar (-3,3%) e a elevação nos custos de produção (0,5%) não foram totalmente compensados pela elevação nos preços dos produtos exportados (2,5%).
  • Para os próximos bimestres de 2023 estima-se que o índice de rentabilidade das exportações apresente certa estabilidade na comparação com o primeiro bimestre de 2023 e recuperação, na comparação com os 2º e 3º bimestres de 2022. As projeções levaram em consideração uma desvalorização nominal do Real frente ao Dólar, a retomada da economia chinesa (a reabertura da economia após anos convivendo com restrições vem garantindo uma retomada da atividade junto com fortes estímulos vindos do governo central), a continuação da tendência de alta dos custos nacionais devido ao aumento dos tributos federais sobre a gasolina e a elevação da tarifa de energia mediante a volta da cobrança do ICMS. Além de uma elevação nos preços dos produtos exportados em função das elevações previstas no preço do minério de ferro e a elevação marginal no preço do petróleo (OPEC+ ajustará sua produção para manter os preços de petróleo). De acordo com estudos realizados, o Índice médio de rentabilidade das exportações deve chegar a 111,6 pontos no segundo bimestre de 2023 e aproximadamente 113 pontos no terceiro bimestre de 2023 (Gráfico 3).

Gráfico 3. Evolução do Índice de Rentabilidade das Exportações Brasileiras e previsões para os próximos bimestres

Fonte: Elaborado pela Funcex.

  • No acumulado do ano, 12 dos 30 setores registraram queda no Índice de rentabilidade das exportações, em relação ao mesmo período de 2022. Com destaque para as quedas nos setores: Extração de petróleo e gás natural (-16,0%), Produtos alimentícios (-12,8%), Extração de minerais metálicos (-12,0%) e Produtos farmoquímicos farmacêuticos (-8,5%). No entanto, setores importantes para as exportações brasileiras registraram crescimento no mesmo período, como: Celulose, papel e produtos de papel (11,7%), Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (12,5%), Metalurgia (23,2%) e Veículos automotores, reboques e carrocerias (6,6%) (Tabela 2).
Informações disponíveis até 12/04/2023

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