Boletim de Balança Comercial - 10/2023
Em foco
- As exportações do mês de setembro totalizaram US$ 28,4 bilhões, registrando queda marginal de 0,1% frente ao mesmo mês do ano passado (Tabela 1). Segundo a classificação por classes de produtos, a comparação com setembro de 2022 mostrou queda de 10,7% na exportação de Semimanufaturados, declínio de 8,0% na exportação de Manufaturados e elevação na exportação dos produtos Básicos (5,9%). Em setembro, o crescimento das exportações dos Básicos foi provocado pelas elevações nas exportações, dentre outros, de Óleos brutos de petróleo, de Soja e de Milho em grão. Esses três produtos selecionados representaram mais de cinquenta porcento dos produtos Básicos exportados no período (Tabela I). Em setembro, fazendo a decomposição por categorias de uso, observa-se que duas categorias econômicas apresentaram elevação e três registraram queda nas exportações. Cabe destacar a elevação nas exportações de Combustíveis (11,2%) que possui participação de mais de 17% na agregação por grandes categorias. Com relação aos declínios, o destaque está na Categoria Bens de consumo não duráveis (-12,9%), que representou mais de 10% na agregação, na mesma comparação. No acumulado do ano, as exportações totalizaram US$ 251,0 bilhões, registrando resultado marginal (-0,1%), frente ao acumulado até setembro de 2022. Segundo a classificação por classes de produtos, na mesma comparação, os Semimanufaturados e os Manufaturados apresentaram quedas, de 2,1% e de 3,5%, respectivamente. Quando agregado por grandes categorias econômicas, as exportações de Bens de consumo duráveis e não duráveis e combustíveis apresentaram declínio nas exportações, como pode ser visto na Tabela 1.
Tabela I. Variações e participações de Produtos Básicos selecionados
no total de produtos Básicos exportados. Valores em US$ Milhões
no total de produtos Básicos exportados. Valores em US$ Milhões
Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.
- Ásia, União Europeia e ALADI foram os principais blocos econômicos de destino das exportações brasileiras em setembro de 2023 (Tabela 2). No ranking de países, a China lidera (32,6% do total exportado), seguido pelos EUA (10,6%) e pela Argentina (4,1%). No acumulado em 12 meses a ordem dos blocos se altera: Ásia respondeu por 43,7% das vendas acumuladas, seguida pela ALADI com 16,0%, depois pela União Europeia (13,9% de participação no total das exportações). No ranking de países a ordem não se alterou. A China lidera com 29,0% do total exportado, seguida pelos EUA (10,8%) e pela Argentina (5,1%).
- As importações totais do país somaram US$ 19,5 bilhões em setembro, com queda de 21,6%, em relação ao mesmo mês do ano passado (Tabela 3). Na mesma comparação, todas as grandes categorias econômicas apresentaram queda, com exceção dos Bens de consumo duráveis que registraram elevação de 30,5%, esta elevação foi provocada, principalmente, pelo crescimento nas vendas de Caminhões, ônibus e utilitários (252,2%), de Automóveis de passageiros (30,5%), e de Eletrodomésticos (23,0%), no período em questão. No ano, três das cinco categorias econômicas apresentaram elevações nas importações, contudo, como a participação dessas grandes categorias somam apenas 26,7% do total importado, o resultado não foi suficiente para compensar as quedas apresentadas nas outras duas categorias – Bens intermediários (-15,6%) e Combustíveis (-26,7%) – como pode ser visto na Tabela 3.
- No mês de setembro, Ásia, União Europeia e EUA + Canadá foram os principais blocos de origem das importações brasileiras. Quadro similar é observado no acumulado em 12 meses, como pode ser visto na Tabela 4. Na comparação entre países, em setembro a China liderou com 24,7% de participação, seguida pelos Estados Unidos (13,8%), e pela Argentina e Rússia (5,2%). Na discriminação por regiões e blocos econômicos (Tabela 6), nos nove meses acumulados de 2023, o maior superávit na balança comercial foi alcançado com a Ásia (US$ 50,9 bilhões). Na discriminação por países parceiros, destacamos o superavit com a China (US$ 37,6 bilhões). Como pode ser observado no Gráfico I, o saldo comercial com a China vem se elevando desde 2015. No ano em questão o saldo da balança comercial foi de US$ 2,5 bilhões; comparado ao saldo acumulado de janeiro a setembro de 2023 (US$ 37,6 bilhões), observamos um avanço extraordinário de mais de US$35 bilhões. Este resultado foi fruto de elevações das exportações ao longo dos anos, essas, mais que dobraram em relação a 2015. É importante destacar que os produtos mais relevantes na pauta de exportação Brasil – China são: Soja mesmo triturada (41,8% do total exportado para a China no acumulado até setembro de 2023), Óleos brutos de petróleo (18,1%) e Minérios de ferro e seus concentrados (17,5% do total exportado no período). Neste sentido, como a maioria dos estados brasileiros estão na fase de semeadura da soja (setembro/outubro) a exportação de Bens básicos para o próximo trimestre não contará com grande participação do produto na pauta. As importações totais da China, no entanto, apresentaram variações nas duas direções ao longo do tempo. Comparando o acumulado até setembro do ano vigente, observamos uma elevação de US$ 9,0 bilhões. Elevação bem menos acentuada, na comparação com a elevação supracitada das exportações no período.
Gráfico 1. Evolução dos saldos comerciais com países selecionados.
Valores em US$ milhões
Valores em US$ milhões
Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.
- O Índice de rentabilidade das exportações apresentou forte queda – de 6,8% em agosto de 2023 na comparação com o mesmo período do ano passado (Tabela 7 e Gráfico 2), em virtude da evolução desfavorável dos preços das exportações (-11,4%) e da valorização do Real (-4,7%), que não foram compensados pela queda nos custos de 9,4% no período. Cabe destacar que a evolução dos preços, desde meados de 2022, e a valorização do Real, frente ao Dólar, vem sendo desfavoráveis para exportador brasileiro que, mesmo no período de redução dos custos, não obteve ganhos relevantes na Rentabilidade. No acumulado do ano, contudo, a redução do Índice de rentabilidade foi de menor magnitude, (-3,9%), pois a queda nos preços das exportações (-8,1%) e a valorização da moeda nacional (2,0%) foram parcialmente compensados pela queda de 6,1% nos custos de produção no período.
Gráfico 2. Evolução do Índice de Rentabilidade e de seus componentes
Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.
- No que tange à evolução mensal da rentabilidade setorial, 14 dos 29 setores CNAE registraram quedas em relação a agosto de 2022 (Tabela 7). São dignas de nota as quedas, na rentabilidade registrada, nos setores: Extração de petróleo e gás natural (-29,4%) e Agricultura e pecuária (-15,6%). No ano, 11 dos 29 setores apresentaram quedas no Índice de rentabilidade, com destaque para as perdas de rentabilidades observadas em: Extração de petróleo e gás natural (-22,6%), Extração de minerais metálicos (-10,3%) e Agricultura e pecuária (-5,4%).
Informações disponíveis até 17/10/2023
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