Balança Comercial 01/2023

6 Fevereiro 2023
/ Boletim de Balança Comercial e Rentabilidade das Exportações

Em foco

As exportações alcançaram US$ 26,6 bilhões no último mês de 2022, registrando elevação de 9,1%, em relação ao valor exportado no mesmo mês de 2021 (Tabela 1). Decomposto por classes de produtos, o desempenho positivo das exportações no mês de dezembro foi explicado pelas elevações de 19,0% nos Básicos e de 0,5% nos Manufaturados, visto que os Semimanufaturados apresentaram queda de 5,1% no mesmo período. A queda nas exportações de Semimanufaturados em dezembro está relacionada, principalmente, as quedas nas exportações de Produtos semimanufaturados de Madeira (-37,0%), de Produtos químicos semimanufaturados (,32,2%) e de Metalurgia semimanufaturada (-22,3%).

Em 2022 as exportações apresentaram crescimento acentuado de 19,1%, devido, em grande parte, ao desempenho dos produtos Básicos que representaram 57,1% do total exportado e tiveram elevação de 15,6% no período. Três divisões tiveram papel de destaque na elevação do valor das exportações dos produtos Básicos em 2022, a saber: Agricultura, Pecuária e Serviços Relacionados (45,6%), Extração de Petróleo e Gás Natural (39,5%) e Fabricação de Produtos Alimentícios (33,4%).

No acumulado de 2022 as exportações de Semimanufaturados cresceram 16,2%, em função, essencialmente, das elevações nas exportações de Produtos Alimentícios (35,3%), Celulose, Papel e Produtos de Papel (24,6%) e Metalurgia (6,0%). Na mesma comparação, as exportações de Manufaturados cresceram 27,9%, em virtude do bom desempenho de alguns produtos como: Fabricação de Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (34,1%), Metalurgia Manufaturada (31,4%), Fabricação de Coque, de Produtos Derivados Do Petróleo e de Biocombustíveis (77,0%), Fabricação de Produtos Químicos (21,0%) e Produtos Alimentícios (19,3%). Juntos estes produtos somaram mais de 60% dos produtos Manufaturados exportado em 2022.

Ásia, ALADI e União Europeia foram os principais blocos econômicos de destino das exportações brasileiras em 2022 (Tabela 2), respondendo por 41,8%, 15,5% e 15,2% das vendas externas totais do país, respectivamente. No ranking de países (Tabela 2), a China permaneceu na primeira posição com 26,8% de participação, seguida pelos Estados Unidos, com 11,2%. Em 2022 todos os principais mercados de destino dos produtos nacionais apresentados na Tabela 2 registraram elevações nas suas importações provenientes do Brasil, com destaque para a Espanha (79,7%), Singapura (43,4%), Chile (29,9%), Argentina (29,2%) e Mexico (26,9%). Como pode ser visto na Figura 1, os principais produtos exportados para a Argentina em 2022 foram classificados como: Fabricação de Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias, Fabricação de Produtos Químicos e Metalurgia. Para a China os principais foram: Agricultura, Pecuária e Serviços Relacionados, Extração de Minerais Metálicos e Extração de Petróleo e Gás Natural. Por fim, para os EUA foram exportados, principalmente, em 2022: Metalurgia, Extração de Petróleo e Gás Natural e Fabricação de Produtos Químicos.

Figura 1. Valor exportado para os destinos selecionados (2021 e 2022) e os principais Produtos exportados pelo Brasil em 2022 para os destinos selecionados – valores e % do total exportado em 2022

Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.
As figuras foram retiradas gratuitamente da plataforma pixabay.

As importações totais do país somaram US$ 21,9 bilhões em dezembro, registrando elevação de 7,1% em comparação a dezembro de 2021 (Tabela 3). Três das cinco categorias econômicas apresentaram elevação nas exportações no período, Combustíveis (46,1%), Bens de consumo não duráveis (31,0%) e Bens de capital (5,7%).  No acumulado de 2022, em comparação com 2021, a elevação nas importações totais foi de 24,3%, nesta comparação destacamos as elevações nas importações de Combustíveis (68,7%), de Bens intermediários (19,1%) e de Bens de consumo não duráveis (17,5%).

Ásia, EUA + Canadá e União Europeia foram os principais blocos de origem das importações brasileiras em 2022, como pode ser visto na Tabela 4, com participações na pauta de 34,7%, 20,7% e 16,2%, respectivamente. Na comparação com 2021, as importações provenientes de todos os três blocos cresceram, Ásia (20,9%), EUA + Canadá (34,7%) e União Europeia (15,7%). No ranking de países, a China permaneceu na primeira posição com 22,3% de participação, seguida pelos Estados Unidos, com 18,8%.

O Índice de rentabilidade das exportações brasileiras registrou variação negativa de 2,9% em novembro frente ao mesmo mês de 2021 (Tabela 7), explicada pela valorização nominal do Real de 5,1% e pela elevação dos custos de produção de 5,5%, visto que no período os preços de exportação apresentaram elevação de 7,9%, esse resultado contribuiu negativamente para a deterioração da rentabilidade do exportador no ano de 2022, na comparação com 2021. Na comparação acumulado do ano, até novembro, o Índice de rentabilidade das exportações apresentou queda de 3,6%, influenciada pelo aumento acentuado nos custos de produção (13,3%) e pela valorização da moeda nacional, como pode ser visto na Tabela 7. Como pode ser visto no Gráfico 1, o Índice de rentabilidades das exportações brasileiras (Média móvel de três meses) apresentou tendencia de queda após atingir 118,8 pontos em agosto. Como pode ser observado no Gráfico 2, o Índice de custo total apresentou crescimento quase que ininterrupto desde março de 2020. A elevação dos custos dos insumos nacionais, como pode ser visto, influenciou significativamente a evolução positiva dos custos totais dos produtos exportados pelo país.

No acumulado até novembro, 19 dos 29 setores CNAE registraram queda no Índice de rentabilidade das exportações em relação ao mesmo período de 2021. Com destaque para as variações negativas nos setores: Extração de minerais metálicos (-40,2%), Pesca e aquicultura (-14,4%), Outros equipamentos de transporte, exceto veículos (-12,4%) Impressão e reprodução de gravações (-11,6%) e Metalurgia (-11,0%). No caso da Extração de minerais metálicos e da Pesca e aquicultura os custos, os preços de exportação e a valorização do Real contribuíram negativamente para o resultado supramencionado. No caso das demais classificações destacadas a influência para a queda na rentabilidade no acumulado do ano até novembro foi da elevação do custo e valorização da moeda nacional, visto que os preços praticados nos setores (Outros equipamentos de transporte, exceto veículos, Impressão e reprodução de gravações e Metalurgia) apresentaram trajetória de crescimento no mesmo período.

Gráfico 1. Evolução do índice de rentabilidades das exportações brasileiras
Média móvel de três meses - base do índice dezembro de 2017 = 100

Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.

Gráfico 2. Evolução do Índice de custo total e desagregado


Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.

Em novembro a taxa de câmbio real em relação ao dólar, deflacionada pelo IPA, teve valorização de 3,1%, na comparação com o mesmo mês de 2021 e desvalorização de 1,0% no acumulado do ano até novembro (Tabela 8). O Real apresentou desvalorização frente ao Euro de 3,3%, na comparação com o acumulado do ano até novembro de 2021. Na comparação com a cesta de moeda da ALADI e dos BRICS a moeda brasileira apresentou valorização de 0,2% e 11,8%, respectivamente.

Informações disponíveis até 12/01/2023

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