Boletim de Balança Comercial - 01/2023

Em foco
  • Em janeiro, o saldo da balança comercial registrou superávit de US$ 2,6 bilhões, com crescimento de 16,4% das exportações e 2,9% nas importações, na comparação com o mesmo mês do ano passado. O resultado é bastante positivo quando comparado com o resultado de janeiro de 2022, haja vista que em janeiro do ano passado a balança comercial apresentou déficit de U$ 214 milhões (Tabelas 1, 3 e 5).
  • Em janeiro, a decomposição da pauta de exportações por classes produtos mostrou crescimento de 19,8% nas exportações dos produtos básicos, 16,4% nas vendas externas de semimanufaturados e crescimento de 11,2% nos embarques de manufaturados – todas as variações em relação ao mesmo mês do ano passado (Tabela 1). O aumento nas vendas dos produtos básicos foi puxado pelo forte incremento nas vendas de: Óleos brutos de petróleo (52,6%), Milho em grãos (166,4%) e Farelo e resíduos da extração de óleo de soja (35,7%).  Já a elevação nos semimanufaturados tiveram como destaque as elevações em: Açúcar de cana, em bruto (83,0%), Ferro-ligas (32,0%) e Celulose (18,0%). No que tange os embarques de manufaturados destacam-se: Óleos combustíveis (9,1%), Tubos de ferro fundido, ferro ou aço e seus acessórios (183,1%) e Veículos de carga (39,3%).
  • Com relação aos setores da CNAE 2.0, na exportação de janeiro, 18 dos 30 registraram elevações no valor exportado em janeiro, comparativamente ao mesmo mês de 2022.  Dentre os 10 setores com maior peso na pauta de exportação, responsáveis por mais de 80% das exportações em janeiro de 2023, oito setores registram aumento de exportação e dois apresentaram queda. Dentre os setores com variações positivas destacamos: Extração de petróleo e gás natural (52,6%), Máquinas e equipamentos (33,6%), Produtos alimentícios (27,8%) e Veículos automotores, reboques e carrocerias (25,1%).
  • Com relação aos principais destinos das exportações, no mês de janeiro de 2023, os destinos que mostraram elevações significativas nas importações de mercadorias brasileiras foram: China (16,5%), UE (31,9%), EUA (22,2%) e Argentina (11,7%), na comparação com o mesmo mês do ano passado (Gráfico 1).
  • Na importação, todas as categorias de uso apresentaram elevações em janeiro, na comparação com janeiro do ano passado, com exceção da categoria Combustíveis que registrou queda de 33,7% no valor das importações na mesma comparação. Bens de consumo duráveis (44,5%), Bens de consumo não duráveis (35,1%) e Bens de capital 22,6%). Nas importações, 22 dos 30 setores apresentaram elevações em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Como pode ser observado na Tabela 3, sete dentre os dez setores com maior peso na pauta de exportação registraram elevações, em relação a janeiro de 2022. Destacam-se as elevações nas seguintes divisões CNAE 2.0: Outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (26,1%), Produtos farmoquímicos farmacêuticos (20,6%), Veículos automotores, reboques e carrocerias (18,2%) e Máquinas e equipamentos (13,7%).

Figura 1. Valor exportado para os destinos selecionados (2021 e 2022) e os principais Produtos exportados pelo Brasil em 2022 para os destinos selecionados – valores e % do total exportado em 2022

 Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.

As figuras foram retiradas gratuitamente da plataforma pixabay.

  • As importações totais do país somaram US$ 21,9 bilhões em dezembro, registrando elevação de 7,1% em comparação a dezembro de 2021 (Tabela 3). Três das cinco categorias econômicas apresentaram elevação nas exportações no período, Combustíveis (46,1%), Bens de consumo não duráveis (31,0%) e Bens de capital (5,7%). No acumulado de 2022, em comparação com 2021, a elevação nas importações totais foi de 24,3%, nesta comparação destacamos as elevações nas importações de Combustíveis (68,7%), de Bens intermediários (19,1%) e de Bens de consumo não duráveis (17,5%).
  • Ásia, EUA + Canadá e União Europeia foram os principais blocos de origem das importações brasileiras em 2022, como pode ser visto na Tabela 4, com participações na pauta de 34,7%, 20,7% e 16,2%, respectivamente. Na comparação com 2021, as importações provenientes de todos os três blocos cresceram, Ásia (20,9%), EUA + Canadá (34,7%) e União Europeia (15,7%). No ranking de países, a China permaneceu na primeira posição com 22,3% de participação, seguida pelos Estados Unidos, com 18,8%.  O Índice de rentabilidade das exportações brasileiras registrou variação negativa de 2,9% em novembro frente ao mesmo mês de 2021 (Tabela 7), explicada pela valorização nominal do Real de 5,1% e pela elevação dos custos de produção de 5,5%, visto que no período os preços de exportação apresentaram elevação de 7,9%, esse resultado contribuiu negativamente para a deterioração da rentabilidade do exportador no ano de 2022, na comparação com 2021. Na comparação acumulado do ano, até novembro, o Índice de rentabilidade das exportações apresentou queda de 3,6%, influenciada pelo aumento acentuado nos custos de produção (13,3%) e pela valorização da moeda nacional, como pode ser visto na Tabela 7. Como pode ser visto no Gráfico 1, o Índice de rentabilidades das exportações brasileiras (Média móvel de três meses) apresentou tendência de queda após atingir 118,8 pontos em agosto. Como pode ser observado no Gráfico 2, o Índice de custo total apresentou crescimento quase que ininterrupto desde março de 2020. A elevação dos custos dos insumos nacionais, como pode ser visto, influenciou significativamente a evolução positiva dos custos totais dos produtos exportados pelo país.
  • No acumulado até novembro, 19 dos 29 setores CNAE registraram queda no Índice de rentabilidade das exportações em relação ao mesmo período de 2021. Com destaque para as variações negativas nos setores: Extração de minerais metálicos (-40,2%), Pesca e aquicultura (-14,4%), Outros equipamentos de transporte, exceto veículos (-12,4%) Impressão e reprodução de gravações (-11,6%) e Metalurgia (-11,0%).   No caso da Extração de minerais metálicos e da Pesca e aquicultura os custos, os preços de exportação e a valorização do Real contribuíram negativamente para o resultado supramencionado.  No caso das demais classificações destacadas a influência para a queda na rentabilidade no acumulado do ano até novembro foi da elevação do custo e valorização da moeda nacional, visto que os preços praticados nos setores (Outros equipamentos de transporte, exceto veículos, Impressão e reprodução de gravações e Metalurgia) apresentaram trajetória de crescimento no mesmo período.

Gráfico 1. Evolução do índice de rentabilidades das exportações brasileiras Média móvel de três meses – base do índice dezembro de 2017 = 100

Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.

Gráfico 2. Evolução do Índice de custo total e desagregado Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/ME.

  • Em novembro a taxa de câmbio real em relação ao dólar, deflacionada pelo IPA, teve valorização de 3,1%, na comparação com o mesmo mês de 2021 e desvalorização de 1,0% no acumulado do ano até novembro (Tabela 8). O Real apresentou desvalorização frente ao Euro de 3,3%, na comparação com o acumulado do ano até novembro de 2021. Na comparação com a cesta de moeda da ALADI e dos BRICS a moeda brasileira apresentou valorização de 0,2% e 11,8%, respectivamente.
Informações disponíveis até 12/01/2023

Tags:

No responses yet

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *