Boletim de Balança Comercial - 09/2023​​​

Em foco
  • No acumulado até o mês de agosto as exportações totalizaram US$ 224,6 bilhões (Tabela 1). De acordo com a segmentação por classes de produtos, as quedas ocorreram em dois grupos: Manufaturados (-2,7%) e Semimanufaturados (-0,5%). Os Básicos apresentaram elevação de 1,4% no acumulado do ano. Os principais responsáveis pela elevação dos Básicos foram: Soja mesmo triturada (8,6% e 32,1% de participação nos Básicos), Farelo e resíduos da extração de óleo de soja (12,1% e 6% de participação nos Básicos) e Milho em grãos (33,8% e 5% de participação nos Básicos). Na decomposição por categorias econômicas, ainda na comparação com base no acumulado do ano, merece registro a intensa elevação observada nos Bens de Capital (22,1%). Parte da elevação observada nas exportações de Bens de capital em 2023 pode ser explicada pela elevação nas exportações de Caldeiras, suas partes e aparelhos auxiliares (24,6%), Tratores (19,0%), Automóveis de passageiros (26,4%), Embarcações (15,3%), Instrumentos e aparelhos para navegação aérea (16,0%) e Turbinas a vapor e suas partes (23,0%).
  • Ásia, ALADI e União Europeia foram os principais blocos econômicos de destino das exportações brasileiras em agosto (Tabela 2), respondendo por 44,0%, 15,7% e 13,3% das vendas externas totais do país, respectivamente. No ranking de países, a China permaneceu na primeira posição, com 29,8% de participação, seguida pelos Estados Unidos, com 10,9%, e a Argentina ocupando o terceiro lugar (4,6%). Em 12 meses, a ordem não se altera: a China com 28,3% de participação, os EUA em seguida, com 11,0%, e a Argentina com 5,2%.
  • As importações totais do país somaram US$ 162,2 bilhões no acumulado até agosto, 10,4% a menos, comparado ao valor importado no mesmo período de 2022. Foram registradas variações negativas em duas categorias de uso que somam 74,1% do total importado. Os Combustíveis apresentaram queda de 23,7% e os Bens intermediários queda de 14,8%. A queda na importação de Bens intermediários pode ser explicada, principalmente, pela redução nas compras externas de: Partes e peças para veículos automóveis e tratores (-4,0%), Circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos (-21,0%), Adubos ou fertilizantes contendo nitrogênio, fósforo e potássio (-49,0%), Dispositivos semicondutores (-23,0%), Rolamentos e engrenagens, suas partes e peças (-3,0%), Circuitos impressos e outras partes para aparelhos de telefonia (18,0%).
  • Os dados supracitados corroboram com os dados divulgados pela CNI. Os Indicadores Industriais de julho, de acordo com a Confederação, reforçam a perda de dinamismo da atividade industrial em 2023. Houve queda do faturamento real da indústria de transformação, do número de horas trabalhadas na produção e do nível de utilização da capacidade instalada. Os analistas ressaltam ainda que os indicadores refletem uma indústria de transformação que permanece penalizada pela política monetária apertada e pelo ambiente de crédito desfavorável, e sem o impulso da recuperação produtiva que esteve presente em 2021 e 2022. Baseado nas informações se pode ter uma perspectiva pouco favorável para o resultado da indústria brasileira em 2023. Para os analistas da FGV (Boletim Macro de Agosto de 2023) a expectativa para 2023 é de uma desaceleração moderada da atividade econômica no Brasil e, concomitantemente, a continuidade do processo desinflacionário em curso, ainda que com o núcleo de inflação caindo em ritmo bem mais gradual. Cabe destacar que para os preços dos produtos importados estão corroborando com o processo desinflacionário citado pela FGV. Como mencionado no último boletim da FUNCEX de preço e quantum, os preços continuam em declínio, acumulando queda de 7,5% nos primeiros sete meses do ano, em virtude das quedas observadas em três das cinco grandes categorias econômicas. Os preços dos Combustíveis importados recuaram 20,2%, os preços dos Bens Intermediários declinaram 9,5% e o preço dos Bens de Consumo duráveis recuaram de forma marginal, 0,3%.
  • Com relação as origens das importações brasileiras, Ásia, União Europeia e EUA + Canadá foram os principais blocos de origem das compras externas no mês (Tabela 4), com participações na pauta de 36,1%, 18,1% e 16,7%, respectivamente. Na comparação entre países, a China liderou, com 23,4% de participação, seguida pelos EUA (15,0%) e a Argentina (5,3%). Em 12 meses, a China também liderou (22,0%), seguida pelos EUA (16,8%) e pela Alemanha (5,4%).
  • Em julho, como pode ser observado na Tabela 7, o índice de rentabilidade das exportações registrou queda de 1,6%, na comparação com junho do ano vigente. Nessa comparação, o declínio da rentabilidade foi influenciado pela valorização cambial (1,0%) e pela queda dos preços das exportações (1,7%). Na comparação com julho de 2022 a rentabilidade apresentou declínio bastante acentuado (14,6%), em virtude da valorização cambial observada no período (10,6%) e, também, da queda nos preços dos produtos exportados (-14,5%). No acumulado do ano, a rentabilidade das exportações também apresentou variação negativa (-3,6%), haja vista que o efeito da queda nos preços (-7,7%) conjugado a valorização do Real de 1,6% não foram compensados pela queda nos custos de produção no período.
Informações disponíveis até 15/09/2023.

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