Boletim de Balança Comercial - 06/2023

Em foco
  • As vendas ao exterior atingiram US$ 33,0 bilhões no mês de maio, representando elevação de 11,4%, em relação ao mesmo mês do ano passado (Tabela 1). Segundo a denominação por classe de produtos, todas registraram crescimento em maio, com destaque para a elevação de 13,3% nos Básicos. No que tange às categorias de uso, ainda na comparação com maio de 2022, observa-se elevações nas exportações de todas as agregações econômicas, com destaque para as elevações nas exportações de combustíveis (31,5%), de Bens de capital (20,4%) e de Bens de consumo duráveis (11,2%). No acumulado do ano também se observa elevações em todas as classes de produtos. Os produtos Básicos subiram 4,0%, os Semimanufaturados 3,4% e os Manufaturados 2,8%. Entre as categorias econômicas, ainda no acumulado do ano, as principais elevações ocorreram nos Bens de capital (21,3%) e Bens de consumo não duráveis (10,1%).
  • Nas exportações, 18 dos 30 setores apresentaram elevações no acumulado do ano, comparativamente ao mesmo período do ano passado. Dos 10 setores com maior peso na pauta de exportações, responsáveis por mais de 80% do total apurado em maio de 2023,
    cinco setores registram crescimento. Dentre estes, as principais elevações foram em Máquinas e equipamentos (21,1%), Agricultura e pecuária (7,7%) e Produtos alimentícios (7,2%), como pode ser visto na Tabela 1.
  • Ásia, ALADI e União Europeia foram os principais blocos econômicos de destino das exportações brasileiras em maio deste ano, na comparação com igual período de 2022 (Tabela 2). Dos US$ 33,0 bilhões exportados em maio, US$ 15,5 bilhões foram para Ásia, US$ 5,5 bilhões para a ALADI e US$ 4,0 bilhões para a União Europeia. Juntas as regiões demandaram aproximadamente 75,0% dos produtos exportados pelo Brasil no período em questão.
  • As importações totais do país somaram US$ 21,7,0 bilhões em maio, o que representou queda de 12,1%, na comparação com o mesmo mês do ano passado (Tabela 3). As variações negativas ocorreram em Combustíveis (-19,3%) e em Bens intermediários (-19,3%). No acumulado do ano a redução das importações foram da ordem de 4,6%, influenciada pelas quedas nas importações também de Combustíveis (-15,5%) e em Bens intermediários (-8,5%).
  • Com relação às agregações da CNAE 2.0, nas importações, 11 dos 30 setores apresentaram retrações no acumulado do ano, quando comparado com o mesmo período de 2022 (Tabela 3). Seis das dez divisões mais importantes na pauta importadora (com participação acumulada de cerca de 80% nas importações) registraram quedas nas compras externas. As principais ocorreram em Produtos químicos (21,8%), em Extração de petróleo e gás natural (-23,8%) e em Derivados de petróleo biocombustíveis e coque (-7,9%).
  • Ásia, EUA + Canadá e União Europeia foram os principais blocos de origem das importações brasileiras em maio de 2023 (Tabela 4). O Brasil importou mercadorias da Ásia no valor de US$ 7,2 bilhões, 33,2% do valor total importado pelo país no período. As importações provenientes dos EUA e do Canadá totalizaram, no mês, US$ 4,1 bilhões, 19,0% total importado pelo Brasil, e as importações com origem a União Europeia totalizaram US$ 4,0 bilhões, no mesmo período.
  • O Gráfico I apresenta o saldo comercial brasileiro total e segundo produtos do Agronegócio.  Os dados são anuais de 1996 a 2023*, sendo este último acumulado até maio do presente ano. O Gráfico II expõe as exportações dos produtos do Agronegócio – Valores anuais em US$ bilhões.

Gráfico I. Saldo Comercial Brasileiro Total e segundo produtos do Agronegócio
(Valores em US$ bilhões) 


Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/MDIC. Nota: * Dados até maio de 2023.

Gráfico II. Exportações dos produtos do Agronegócio –
Valores em US$ bilhões


Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/MDIC. 

  • A exportação de produtos do Agronegócio apresentou crescimento exponencial nos últimos três anos e sua participação média no total exportado pelo país foi de aproximadamente 46% no triênio (Gráfico II). Podemos ver que o saldo comercial dos produtos do Agronegócio tem apresentado crescimento desde 2019, com recorde em 2022. Em 2023 (acumulado até maio) o saldo comercial do Agro já atingiu quase US$ 45 bilhões de dólares (Gráfico I). No acumulado até maio os produtos mais exportados e que mais pesaram no agregado foram Soja, Papel e celulose, Cereais, farinhas e preparações à base de cereais, Carnes bovinas de frango e peru.
  • O saldo positivo na balança comercial do Agronegócio vem garantindo saldos positivos na balança comercial brasileira desde 2014, até mesmo pela nossa configuração de comércio internacional, importação de produtos de maior valor agregado e exportação de produtos com menor valor agregado. Em 2013 e 2014 o saldo positivo gerado pelos produtos do Agronegócio foram corroídos pelos saldos negativos nos demais produtos, o que gerou déficit na balança comercial nos dois anos, resultado não ocorrido desde o ano 2000. Para o ano de 2023 o resultado esperado para a balança comercial é positivo, influenciado pelo bom resultado previsto na balança do Agro, embora não extraordinário como o saldo de 2022. Este ano em questão foi um reflexo, em grande medida, da elevação dos preços de importantes commodities, do retorno da demanda internacional e do aquecimento da economia pós-pandemia da COVID-19.

Informações disponíveis até 13/06/2023.

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