Boletim de Comércio Exterior - 07/2023

Em foco
  • Em junho, o índice de preço das exportações apresentou redução acentuada de 15,6%, frente ao mesmo mês do ano passado, resultado das quedas observadas em todas as classes de produtos (Tabela 1). Os preços dos Manufaturados caíram 5,6%, dos Semimanufaturados declinaram 10,1% e os preços dos Básicos apresentaram queda de 21,1%, em função, principalmente, dos declínios nos preços das exportações de Óleos brutos de petróleo, Minérios de ferro e seus concentrados. No acumulado do ano, duas das três classes de produtos registram queda nos índices de preços das exportações: Básicos (-10,3%), Semimanufaturados (-3,3%). Destacamos que o crescimento dos preços dos produtos exportados de todas as classes de produtos vem apresentando arrefecimentos consecutivos. Como pode ser viso no Gráfico 1, a sequência foi iniciada em outubro de 2021 pelos Básicos, em seguida (março de 2022) pelos Semimanufaturados e por fim pelos Manufaturados. A tendência observada não apresenta sinais de reversão e pode corroer ainda mais a rentabilidade das exportações brasileiras, que no acumulado até maio apresentou declínio de 1,8%, na comparação com o mesmo período de 2022.

Gráfico 1. Índices de preço de exportação.  Evolução da taxa de crescimento em 12 meses para o total das exportações e classes de produtos


Fonte: Elaborado pela FUNCEX.

  • O quantum de exportação registrou elevação de 8,5% no mês, na comparação com junho do ano passado (Tabela 1), em virtude das variações positivas observadas nas quantidades embarcadas de Básicos (28,8%) e Semimanufaturados (1,6%). No acumulado do primeiro semestre, as elevações nas quantidades exportadas de produtos Básicos (15,0%) e produtos Semimanufaturados (4,8%) explicam o resultado positivo do índice de quantum das exportações totais no período (9,0%), haja vista que os Manufaturados apresentaram estabilidade na comparação.
  • Como pode ser observado na Tabela 2, três das cinco classes de produtos apresentaram queda nos índices de preço das importações no acumulado do primeiro semestre de 2023. As quedas mais acentuadas ocorreram nos Combustíveis (-37,8%) e nos Bens intermediários (-18,5%). Cabe destacar que a queda nos preços dos bens intermediários importados beneficia as indústrias domésticas, pois reduz os custos de produção e, como consequência, pode ser repassada para o consumidor final barateando o preço do bem ou serviço adquirido. O índice de quantum das importações totais registrou queda de 1,3% em junho, na comparação com junho do ano passado, em razão das variações negativas em duas categorias de uso: Bens de consumo não duráveis e Bens intermediários (-0,8% e -5,2%, consecutivamente). As demais categorias tiveram elevações no mês, sendo dignas de nota as observadas nos Bens de capital (18,1%) e nos Bens de consumo duráveis (10,7%). No ano, houve redução em três categorias: Bens intermediários (-2,9%), Bens de consumo não duráveis (-2,6%) e Combustíveis (-1,1%).
  • Os Termos de Troca (Tabela 3) apresentaram elevação de 1,8% na comparação com junho de 2022, estabilidade no acumulado do primeiro semestre de 2023 e deterioração de 2,2% no acumulado em 12 meses. Como pode ser visto no Gráfico 2, os Termos de Troca brasileiro oscilaram entre 110 pontos e 105 pontos desde o início do ano passado, após uma queda extraordinária iniciada em meados de 2021. No primeiro semestre de 2023, a estabilização do índice composto pela razão entre os preços praticados nas exportações e nas importações ocorreu em função das quedas, em igual proporção, nos preços em questão. Destacamos que a estabilização nos Termos de Troca pode ser acompanhada nos próximos meses por estabilização e até mesmo mais uma retração da inflação interna, que no acumulado até junho, apresentou elevação de 2,9%.
Gráfico 2. Índices de Termos de Troca para o total brasileiro. Base: 2018 = 100

Fonte: Elaborado pela Funcex

  • A Razão de quantum registrou elevação de 10,3% em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, a variação foi de 8,9%, comparado ao mesmo período de 2022. No acumulado em 12 meses a Razão mostrou elevação de 6,4%, como pode ser visto na Tabela 3. Os resultados foram em virtude, principalmente, das elevações nos volumes exportados nos períodos.
Informações disponíveis até 26/07/2023.

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